segunda-feira, 6 de abril de 2015

Dificuldades iniciais e fatos marcantes

Como já havia relatado, não é fácil iniciar a carreira docente, podem pensar que é somente um contrato de um ano e que irá acabar e por isso não precisaria me importar muito com planejamento, com planos de ensino para cada etapa que leciono, planos de aula, avaliação, pesquisa, projetos, em realmente utilizar esse ano para ensinar algo novo para todos esses estudantes. Pretendo fazer o meu melhor neste um ano, e ajudar os estudantes a mudarem essa ideia de que Educação Física é só esportes, ou é só futebol (futsal), ou é só jogos com bolas - como ouvi de alguns estudantes das turmas de 4 e 5º anos- mostrar para eles que existem muito mais aspectos a serem trabalhados em Educação Física.
Por enquanto a maior dificuldade é conseguir chamar a atenção dos estudantes para outras práticas diferentes das de sempre, do quarteto fantástico, e atrai-los para participarem das aulas que proponho, além de motivá-los a pesquisar sobre os assuntos que iremos trabalhar.
Outra dificuldade é trabalhar com os maternais, com crianças de 1 ano e meio até 3 anos e meio.  Algo totalmente novo para mim, eu que sempre falei que tinha a intenção de trabalhar com os menores, da Educação Infantil, agora estou nesse empasse, com uma preocupação enorme se vou conseguir trabalhar o que é necessário nesta faixa etária. A dificuldade com essas turmas é mais de como planejar, o que fazer com elas, aulas de exploração e desafios? Por enquanto é isso que estou fazendo, propondo e deixando eles criarem.
Um dos fatos que aconteceu nas aulas com o maternal me chamou muito a atenção e me faz rir até agora e entender que tudo que fizemos é um espelho para essas crianças. Sempre que alguma criança cai, ou outra bate nela, e vemos que foi algo superficial, tentamos acalmá-la dizendo que não foi nada, que vai passar. Bom, estava eu na aula de exploração das bolas e peças coloridas quando uma criança (brincando de atirar) atirou uma das peças na minha cabeça, claro, estava doendo, então coloquei a mão na cabeça e da forma mais ingênua perguntei: quem atirou uma peça em mim? E eis que me aparece uma menina (não a criança que atirou) passa a mão na minha cabeça e diz: vai passar, não foi nada. Como reagir? Simplesmente eu ri e respondi que sim, iria passar.
Já com os Jardins (de 4 a 6 anos), a preocupação é com o comportamento deles comigo, com os colegas e demais professores. É preciso trabalhar o respeito aos outros e as combinações pré-estabelecidas. Eles estão desafiando todos os professores. Numa das aulas, um estudante (4 anos) veio e comentou que não queria mais fazer aquilo, aí perguntei porque, e ele disse que era chato, mas os demais estavam interessados em continuar. Tentei explicar que iríamos trocar de atividade logo, mas que nem sempre ele faria o que ele gostasse e quisesse fazer, foi aí que surgiu um comentário que me assustou: em casa eu posso fazer o que eu quiser, posso até estragar os brinquedos velhos porque tenho novos. Respondi dizendo que ali, na escola, tinha regras, que deveríamos respeitar e assim ele não podia fazer tudo que ele quisesse.

E agora?

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